Criatividade? O que é ser uma pessoa criativa? Sou uma pessoa criativa? Como ser uma pessoa criativa se corro o dia todo fazendo mil tarefas e resolvendo inúmeras situações inusitadas que surgem?
Você também se faz (ou já fez)
perguntas dessa natureza?
Sim, eu me fiz essas perguntas seguidas
vezes como secretária executiva. Enquanto professora universitária também me
cobrava (de forma silenciosa, sozinha!!). E,
vez por outra, ainda me flagro duvidando se sou ou não uma pessoa criativa.
Tempos atrás, minha resposta para mim
mesma era: não sou nada criativa. Sou sim uma pessoa pragmática. O que faço,
faço com qualidade e efetividade. Pronto! Era a avaliação que eu fazia de mim
mesma.
Certo dia, lá pelos idos de 1998,
lendo o livro Criatividade Feminina: um guia para reconhecer e usar o seu
potencial, escrito por C. Diane Ealy, Ph.D., descobri que ser criativa tem
a ver com ser uma solucionadora de problemas. Pois bem, isso eu sabia que era
(e ainda sou). Como secretária executiva sempre me auto programei para estar à
disposição das demandas de executivos e lideranças corporativas que estava
assessorando.
Porém, nunca me via como uma pessoa
criativa. Talvez porque sempre tivesse o entendimento de que assessorar e estar
à disposição de outrem não tinha absolutamente nada a ver com ser criativa. O
que na verdade era o contrário. Sempre tive uma vida profissional extraordinariamente
criativa. Cheguei a essa conclusão na época em que estudei o livro citado.
Dias atrás, @arcadicas publicou o post no Instagram sobre a criatividade sem organização ser apenas uma ideia solta e que juntas são essenciais para o sucesso e a consecução de objetivos e metas.
Em seu post, acrescentou ainda que
“organizar nossos pensamentos ao estruturar um projeto nos permite maior
clareza e uma visualização mais completa das etapas necessárias para alcançar
nossos objetivos.” E com isso otimizar tempo e recursos, evitando desperdícios
e retrabalhos.
Oh! Que genial!! A publicação me
transportou aos anos em que ministrava as disciplinas de Técnicas Secretariais
e de Gestão de Processos e Procedimentos Administrativos, em cursos de
graduação e pós-graduação em Secretariado e Assessoramento Executivo. Perfeita
a colocação trazida por @arcadicas. Criatividade e organização devem andar de
mãos dadas, na mesma via. Caso contrário, há colisão, e a entrega a ser feita
não acontece.
Em seu post, @arcadicas afirma que
cria um plano de ação detalhado, onde cada ideia é registrada e conectada a uma
estrutura lógica. Utiliza-se de técnicas de brainstorming e organiza as ideias
em um cronograma realista, pelo qual estabelece prazos e prioridades. Dê uma
espiada lá no post para mais detalhes, ok?
Talvez você ainda insista em seu
silêncio interior a afirmar: tá, e daí, mas eu não me considero uma pessoa
criativa. Tenho habilidade em fazer as atividades, sou organizada, mas ser
criativa está longe de eu ser.
Será mesmo? Para embasar o que vou te
dizer em seguida, recorri de novo ao livro Criatividade Feminina (Fique
tranquilo/a, não vou teorizar muito não!!)
Numa determinada página do livro, a
autora questiona: “você já ajudou alguém a resolver um conflito, possibilitou
que um grupo aprendesse, incorporou aprendizado ao seu comportamento ou
solucionou um problema confuso? Você foi criativa.”
Wow! Demais essa afirmação! Para a
autora, capacidade de conviver com os outros, capacidade de planejar,
capacidade de reconhecer e resolver problemas, independência e capacidade de
ver o todo, são características e qualidades que descrevem uma pessoa criativa.
Ou melhor, geram produtos intangíveis, que são resultados do processo criativo.
É bem verdade que esses “produtos” nem
sempre são reconhecidos como criativos, e consequentemente as pessoas que os
criam também não são. E por que não? Porque para muitos há a pressuposição de
que um esforço criativo tem que resultar em um produto tangível. Os produtos da
criatividade não necessariamente precisam ser concretos. Podem ser intangíveis.
Em outro momento, a autora faz o
convite para pensarmos nas pessoas criativas que conhecemos. Sugere relacionar
os comportamentos criativos ou qualidades que temos observados nelas. E no
passo seguinte, destacar quais desses traços ou qualidades possuímos. Lá vai a
dica: faça sua lista. Certamente você vai se surpreender.
De acordo com a autora, as pessoas criativas tendem a possuir muitas qualidades positivas, quais sejam:
capacidade de conviver com os outros;
capacidade de planejar;
capacidade de reconhecer e resolver problemas;
independência;
capacidade de ver o todo;
senso de humor;
alto grau de honestidade;
senso de responsabilidade social;
desejo de fazer contribuições positivas ao mundo.
Agora que você já sabe as qualidades positivas de pessoas criativas, ainda tem dúvida se é ou não é uma pessoa criativa?
Tudo tem a ver com viver um estilo de
vida criativo. Desenvolvemos a criatividade com o enfrentamento de desafios a
todo instante. Segundo a autora, “aprender a viver criativamente é algo que
dura para sempre. Nunca ‘chegamos’ lá”. E uma vida organizada aguça esse ritmo.
Corrobora o entendimento de que criatividade e organização devem ser fiéis
aliadas.
Uma última colocação: um estilo de
vida criativo não aceita o status quo sem qualquer questionamento dos
“fatos”. Sei que não é fácil, mas que tal se, vez por outra, colocarmos de lado
o que “consideramos verdadeiro” para ver novas possibilidades surgirem?
Dito isso, bora buscar um estilo de
vida criativo. #disse
Fonte:
Ealy, C. Diane. Criatividade Feminina: um guia para reconhecer e usar o seu potencial. Rio de Janeiro: Campus, 1996.