Verificando,
a título de organização, os escritos e manuscritos que tenho arquivado da época
em que fazia meu curso de Licenciatura Português-Inglês no final dos anos 80,
deparei-me com o texto intitulado A
mulher executiva, que elaborei para a disciplina de Língua Portuguesa V,
ministrado pela Professora Otília Martins.
Trinta
anos depois apresento o texto para você refletir sobre o que mudou de lá para
cá, o que nós – mulheres – avançamos e conquistamos.
“A
mulher executiva
No
mundo dos negócios a atuação da mulher está se tornando cada vez mais comum.
Apesar de ainda ser relativamente rara a presença feminina entre os cargos
topos de uma organização, a porcentagem vem aumentando consideravelmente.
O
exército feminino que, até agora, tem conseguido empregos bem remunerados teve
que mostrar sua força lutando centímetro por centímetro, degrau por degrau, em
direção ao tão famigerado topo da pirâmide corporativa. Ele teve que se
esforçar em dobro para vencer os preconceitos, para ultrapassar as barreiras
para, só então, ter a oportunidade de ocupar uma das cadeiras numa reunião de
diretoria. E mesmo já ocupando essa posição, as suas atitudes devem ser as mais
cautelosas possíveis, justamente para não arruinar com as chances de outras
mulheres que almejam um dia desfrutar essa mesma oportunidade.
Tanto
mulheres como homens têm iguais condições de serem bem sucedidos no mundo
empresarial, ou em outra área de sua livre escolha. Só que, infelizmente, nem
sempre têm as mesmas oportunidades, e há razões inúmeras do porque não terem as
mesmas chances. Provavelmente a razão principal, especialmente levando em conta
o seu acesso a cargos executivos, é que a maioria somente vê a mulher como uma
dona de casa, envolvida única e exclusivamente com as relações familiares,
educação dos filhos e administração da casa.
Existem
mulheres tentando no dia-a-dia provar sua competência com mais afinco que os
homens. A convivência diária com os desafios deixou as mulheres mais
resistentes psicologicamente, principalmente se levarmos em conta que elas são
minoria por ainda pertencerem a um grupo sem tantas oportunidades de ascensão.
Por isso, estão acostumadas a ultrapassar barreiras e a se dedicar com muita
obstinação até conseguir seus objetivos. Graças a essas barreiras e a essa
obstinada dedicação, já é visível uma crescente participação feminina em cargos
executivos. E para tanto, tem suas armas mais eficientes que são
definitivamente, muito femininas: intuição, sensibilidade, garra, dedicação à empresa.
Armas essas que são cada vez mais valorizadas pelas corporações modernas. É
claro que aliado a isso está sempre uma formação profissional adequada.
Mesmo
diante de tantas discriminações e preconceitos, algumas já estão ocupando
cargos de alto nível e são bem sucedidas. Parabéns! Sim, elas merecem ser
parabenizadas principalmente porque conseguiram chegar lá pela sua competência
profissional, por serem tão competentes ou até mais do que seus colegas homens.
Esse
tipo de mulher certamente sabe usar o seu talento e mostrar ao time da maioria
que não é do tipo de mulher que recebe o bônus de Natal e já no primeiro dia
útil após os feriados aparece no escritório exibindo uma nova joia. Esse tipo
de mulher quer mais do que apenas um objeto. Ela quer mais porque é ambiciosa,
competente e acima de tudo porque é Mulher!”
Como seria
o texto se o reescrevêssemos hoje em 2018?
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