terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

A mulher executiva



Verificando, a título de organização, os escritos e manuscritos que tenho arquivado da época em que fazia meu curso de Licenciatura Português-Inglês no final dos anos 80, deparei-me com o texto intitulado A mulher executiva, que elaborei para a disciplina de Língua Portuguesa V, ministrado pela Professora Otília Martins.

Trinta anos depois apresento o texto para você refletir sobre o que mudou de lá para cá, o que nós – mulheres – avançamos e conquistamos. 

“A mulher executiva

No mundo dos negócios a atuação da mulher está se tornando cada vez mais comum. Apesar de ainda ser relativamente rara a presença feminina entre os cargos topos de uma organização, a porcentagem vem aumentando consideravelmente.

O exército feminino que, até agora, tem conseguido empregos bem remunerados teve que mostrar sua força lutando centímetro por centímetro, degrau por degrau, em direção ao tão famigerado topo da pirâmide corporativa. Ele teve que se esforçar em dobro para vencer os preconceitos, para ultrapassar as barreiras para, só então, ter a oportunidade de ocupar uma das cadeiras numa reunião de diretoria. E mesmo já ocupando essa posição, as suas atitudes devem ser as mais cautelosas possíveis, justamente para não arruinar com as chances de outras mulheres que almejam um dia desfrutar essa mesma oportunidade.

Tanto mulheres como homens têm iguais condições de serem bem sucedidos no mundo empresarial, ou em outra área de sua livre escolha. Só que, infelizmente, nem sempre têm as mesmas oportunidades, e há razões inúmeras do porque não terem as mesmas chances. Provavelmente a razão principal, especialmente levando em conta o seu acesso a cargos executivos, é que a maioria somente vê a mulher como uma dona de casa, envolvida única e exclusivamente com as relações familiares, educação dos filhos e administração da casa.

Existem mulheres tentando no dia-a-dia provar sua competência com mais afinco que os homens. A convivência diária com os desafios deixou as mulheres mais resistentes psicologicamente, principalmente se levarmos em conta que elas são minoria por ainda pertencerem a um grupo sem tantas oportunidades de ascensão. Por isso, estão acostumadas a ultrapassar barreiras e a se dedicar com muita obstinação até conseguir seus objetivos. Graças a essas barreiras e a essa obstinada dedicação, já é visível uma crescente participação feminina em cargos executivos. E para tanto, tem suas armas mais eficientes que são definitivamente, muito femininas: intuição, sensibilidade, garra, dedicação à empresa. Armas essas que são cada vez mais valorizadas pelas corporações modernas. É claro que aliado a isso está sempre uma formação profissional adequada.

Mesmo diante de tantas discriminações e preconceitos, algumas já estão ocupando cargos de alto nível e são bem sucedidas. Parabéns! Sim, elas merecem ser parabenizadas principalmente porque conseguiram chegar lá pela sua competência profissional, por serem tão competentes ou até mais do que seus colegas homens.

Esse tipo de mulher certamente sabe usar o seu talento e mostrar ao time da maioria que não é do tipo de mulher que recebe o bônus de Natal e já no primeiro dia útil após os feriados aparece no escritório exibindo uma nova joia. Esse tipo de mulher quer mais do que apenas um objeto. Ela quer mais porque é ambiciosa, competente e acima de tudo porque é Mulher!”
Como seria o texto se o reescrevêssemos hoje em 2018?

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