terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

O jovem e a etiqueta à mesa



 
“Canso de falar, mas não tem jeito. Durante as refeições, ela acaba sentando com os pés na cadeira e os cotovelos na mesa.” Desabafo de uma mãe. 

“Adolescente é rebelde e as regras de comportamento à mesa passam longe dele.” Outra afirmação que ouço com frequência. 

Concordo com você, mãe! Sim, papai. Santo de Casa não faz milagres! Quando se deparam com alguém de fora, uma professora, uma consultora de etiqueta, por exemplo, eles se rendem às falsas impressões que um dia alguém lhes passou sobre bons modos como algo de gente fresca e fútil. Mudam a cor de suas lentes para conhecer um pouco mais sobre as ditas regras de conduta social. 

Nos cursos de postura e comportamento que ministro para a galera entre 16 e 24 anos, o interesse deles neste assunto é notório. Chovem perguntas quando o assunto é comportamento à mesa: É feio comer com a boca aberta? Posso palitar os dentes à mesa? E o meu boné? Devo tirar ao sentar à mesa?  

Esses dias, uma pergunta deixou-me intrigada e incomodada:

“Professora, não tenho como praticar as regras à mesa porque na minha casa não temos o hábito de sentar à mesa. Cada um faz seu prato e se senta onde melhor lhe conviver. Um na frente da televisão; outro leva seu prato e continua conversando com seus amigos virtuais nas redes sociais, inclusive meu pai e minha mãe.” 

O que dizer diante desta constatação que eles mesmos fazem? 

Caros pais, infelizmente não há regra de civilidade que vá resistir a esta falta de prática de convivência. As refeições são tidas como as ocasiões mais importantes para a reunião e união da família. Momentos únicos para a família conversar, se olhar; cada um aprender a respeitar o tempo do outro. Um momento privilegiado para os pais interagirem com seus filhos. 

Enquanto isso, continuo perguntando: Quem foi que disse que adolescente não se interessa por regras de comportamento à mesa?
 
 
 
Ainda mais se estiver diante de uma mesa bem colocada, a exemplo dessa exibida pelo Blog da Anfitriã (http://www.anfitria.com.br/), de quem sou fã, pela elegância e exuberância da decoração de suas mesas.
 
 

domingo, 21 de fevereiro de 2016

A refeição como ritual e obra de arte


Ritual é ação frequentemente repetida, numa forma em grande parte estabelecida com antecipação. Visa a tornar corretas essas ações. Todos os presentes sabem o que deve ocorrer e reparam quando não ocorre.

É uma definição de ritual escrita por Margaret Visser, em seu livro O Ritual do Jantar: as origens, evolução, excentricidades e significado das boas maneiras à mesa. No livro, a autora revela que as regras de comportamento à mesa têm uma história antiga e complexa e não se resumem a escolhas aleatórias no tempo e no espaço.

Margaret Visser considera a refeição como ritual e obra de arte, com "limites estabelecidos, desejos despertados e satisfeitos, seduções, variedade, estabelecimento de modelos e maquinação. Como numa obra de arte, não apenas a forma geral mas também os detalhes importam por demais." (p.18)


Hoje, todos dependemos de saber como nos movimentar em nosso complexo e perigoso mundo social e corporativo. Conhecer o ritual das refeições - e lembrando mais uma vez que ritual é o comportamento esperado e o correto - requer ações repetidas constantemente.

Em outras palavras, significa que se tivermos assimilado, se soubermos e praticarmos diariamente as boas maneiras à mesa, não teremos mais que pensar na maneira como lidar com nosso garfo e a faca toda vez em que somos servidos, principalmente em ocasiões consideradas especiais e fora da rotina. Como afirma Margaret Visser, ao contrário, "somos capazes de atacar nosso bife e apreciá-lo, enquanto demonstramos, sem esforço, contenção e competência e demonstramos nosso desejo de ser comunicativos, de aproveitar a companhia." (p.19)

Ter dominio das regras de boas maneiras capacita-nos ao interrelacionamento, pressionando-nos a nos comportarmos de modo previsível. Para Margaret Visser,  "as regras de cortesia tendem a se acumular nos momentos de transição, de encontros com outras pessoas, de tomar decisões, conferenciar, partir, comemorar. Os rituais estão aí para facilitar passagens difíceis." (p.22).

Os rituais incluem gestos, acenos, sinais com a cabeça, sorrir, um desculpe murmurado, atitudes e posturas adotadas quando estamos em pé ou sentados,.......


"O ritual é uma expressão de solidariedade. " (Margaret Visser)



sábado, 20 de fevereiro de 2016

Homem planta flores para a esposa cega cheirar


O que vale mesmo a pena é a alegria de ver o outro bem.

Leiam esta reportagem sobre o homem que passa dois anos plantando milhares de flores para sua mulher cega cheirar. E assim motivá-la a viver.


Acesse o link da reportagem:

http://www.redetv.uol.com.br/jornalismo/da-para-acreditar/homem-passa-2-anos-plantando-milhares-de-flores-para-que-sua-mulher-cega-po?cmpid=tw-uolnot

Compaixão.......
Emocionante!!



quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

As regras de etiqueta são regras de convivialidade



As regras de etiqueta e as gentilezas brotam do desejo de cada pessoa de tratar o outro com humanidade e respeito.

Leonardo Boff, em seu livro A Grande Transformação; na economia, na política e na ecologia, ressalta, baseado em Ivan Illich, que a convivialidade é uma virtude de nos falta.

Falta o sentido de pertença universal do ser humano dentro da natureza, da sociedade e do universo, nas palavras de Boff. "Os valores humanos do amor, da sensibilidade, do cuidado, da comensalidade e da veneração podem impor limites à voracidade do poder-dominação e à exploração-produção-acumulação." (p. 121).

A convivialidade pode ser uma resposta adequada à crise ecológica e à crise ética.










Bordado à mão pela minha mãe, Edla, em cânhamo grosso branco.